workshop Mulher contadora foi aprovado por elas

Os tempos atuais não estão fáceis: mercado de trabalho competitivo e que muda a cada instante influenciado pelas novas tecnologias. E, quando se fala desse mercado de trabalho para a mulher, a situação fica ainda mais complicada. Além das preocupações em estar sempre atualizada e buscar colocação profissional, elas precisam dar conta de outros aspectos da vida, como os cuidados com os filhos, a casa e o marido.

Com o intuito de auxiliar as mulheres contadoras a encarar com mais leveza e menos culpa esse dilema, o Conselho de Contabilidade do Espírito Santo (CRCES) realizou, no último dia 8 de novembro, o workshop “Mulher Contadora: Família e Trabalho”, cujo objetivo foi promover o aprimoramento técnico-cultural, socioambiental e solidário com debates de temas relevantes para o dia a dia da mulher no mercado das profissões regulamentadas. O evento abordou temas como Sucessão Familiar, Terceiro Setor na Contabilidade, além de Coaching e Feminilidade.

Interação           

O auditório do CRCES foi decorado com mesas para que as contadoras pudessem interagir, fazer novas amizades e também ampliar a rede de relacionamento profissional, conhecida como network. O presidente do CRCES, Haroldo Santos Filho, elogiou a presença massiva de mulheres, que lotaram o auditório do Conselho. “Muito bom ver essa casa cheia. Muito bom ver também alguns homens, corajosos, prestigiando. Esse evento é um sucesso e faz parte da política do Conselho de cumprir seu papel na sociedade, que é de registrar, fiscalizar e educar continuadamente os contadores capixabas”, disse.

O primeiro painel da tarde foi “Os Desafios Atuais da Mulher: Família e Mercado de Trabalho”, ministrado por Antônio Elmo de Oliveira, mestre em Psicologia Social e da Personalidade e professor aposentado da Ufes; e pela professora Siunara Roccon Brandão, psicóloga e pós-graduada em Administração de Recursos Humanos. A mediação ficou por conta da contadora Jane Elcione Rissi.

“A mulher sempre enfrentou muitos desafios, e o desafio dos tempos atuais é conciliar o mercado de trabalho com a família, sem sentir culpa”, disse Antônio Elmo. Para o especialista, o caminho da superação desses dilemas está no fato de as mulheres encorajarem os homens a serem parceiros no trabalho com a casa e os filhos. Além disso, lutarem pela instalação de equipamentos públicos como creches e pelo reconhecimento do trabalho doméstico não remunerado.

Já a professora Siunara Roccon Brandão destacou que houve avanços para o empoderamento da mulher, como políticas públicas do Governo Federal pró-equidade de gênero. Siunara ressaltou a importância e responsabilidade que os pais têm em educar homens e mulheres com os mesmos direitos e deveres.

Mulher na Empresa Contábil

Kamila Zamprogno Bomfim, contadora e sócia administradora da empresa LRZ Contabilidade, trouxe sua experiência de sucessão em empresa familiar. Para ela, a influência da mãe foi decisiva para uma sucessão exitosa. “Minha mãe conseguiu transmitir o amor pela profissão, que foi o mais importante. Assumindo com amor e dedicação tende a dar certo”, disse.

Já Marcia Ruiz Alcazar trouxe sua experiência de São Paulo. Além de vice-presidente de Administração e Finanças do Conselho Regional de Contabilidade de São Paulo, ela é executiva de uma empresa familiar com 50 anos de história. “Numa sucessão todos têm que ter a mesma visão, e não apenas quem está deixando a empresa e quem vai assumir, mas também todas as pessoas que trabalham na empresa”, ponderou.

Terceiro Setor

Um dos temas inovadores foi introduzido pelo painel “O Terceiro Setor, a Contabilidade e a Mulher” com as palestrantes Bartira Gomes de Almeida, do Instituto Ponte, e Ana Cláudia Pereira Simões, contadora e consultora. Bartira apresentou o Instituto Ponte, uma ONG que se dedica a encontrar talentos de baixa renda investindo para que potencializem suas habilidades. “Nossa filosofia é gerir uma entidade sem fins lucrativos, mas com foco sempre em resultado”, enfatizou.

Já Ana Cláudia Pereira Simões apresentou, discorrendo sobre sua própria trajetória profissional, uma alternativa de mercado para as mulheres contadoras: investir no Terceiro Setor, que, segundo ela, é ainda uma área pouco explorada e carente de profissionais.

Por fim, a professora Gisélia Freitas Curry, psicóloga e mestra em Administração, encerrou o evento trazendo uma palavra sobre “Coaching: Como Competir Sem Perder a Feminilidade”. Para a profissional, a mulher precisa entender esse novo mercado de trabalho e ficar atenta às mudanças que acontecem constantemente. “Temos que vender competência, vender talento e habilidades”. No final do evento, houve ainda sorteio de brindes para as profissionais presentes.

 

Depoimentos

 

 

“Muito importante para a mulher e contadora participar de um evento como este. Nos atualizamos e ficamos sabendo onde é preciso mudar e melhorar. Eu, por exemplo, preciso muito buscar conhecimento sobre novas tecnologias”.

Cristiane Garcia, 37, contadora.

 

“É um evento muito bom para obter conhecimento que agrega ao que estou estudando na faculdade. Conhecimentos importantes para a carreira e que não vemos na faculdade”.

Ruana Torre santos, 25 anos, estudante de Contabilidade.

 

“Desde os 13 anos eu trabalho numa empresa familiar, que é o escritório do meu pai. Ele faleceu há 10 anos e tivemos que assumir muito novas. Foi um processo difícil, principalmente a parte de informatizar o escritório, o que fazia com que eu passasse muitas horas trabalhando. Mas aprendi com meu pai que equilíbrio é fundamental e passei a dividir melhor o tempo com o trabalho e também para estar com minha filha de 8 anos e meu marido. Com organização e planejamento, é possível dar conta de tudo. O segredo da vida, como dizia meu pai, é mesmo o equilíbrio”.

Tamara Silva, 36 anos, contadora.

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