50 anos de contabilidade e um sorriso no rosto

Um dos contadores mais antigos da Barra de São Francisco, interior do Espírito Santo, conta várias histórias sobre sua carreira e algumas dificuldades que teve que superar para ser reconhecido profissionalmente. Clevelande Nicácio de Souza completa 50 anos de carreira este ano, com muita felicidade e orgulho nos olhos.

Além de ser a figura mais conhecida da cidade, possui um pequeno museu de máquinas de escrever e calcular, que foram utilizadas por ele durante o seu trabalho como contador. Esses equipamentos ficam expostos na entrada do seu escritório, porém Clevelande é muito cuidadoso com dessas máquinas, como podemos perceber ao ler a placa de “favor não tocar”.

Clevelande chegou à cidade por volta de 1954, quando tinha apenas 12 anos. Ele conta que trabalhou como engraxate quando era apenas uma criança, para realizar um sonho. “Resolvi ser engraxate para efetuar a compra de uma bicicleta. Eu entregava o dinheiro a minha mãe e anotava, quando faltava pouco dinheiro para efetuar a compra da bicicleta, minha adorada mãe completou o restante”, explica com alegria.

As condições financeiras da família do contador não eram fáceis, e por esse motivo decidiu seguir carreira na profissão contábil. Clevelande recebeu a oportunidade de estudar contabilidade no Colégio Independência, propriedade do Senhor Luiz Batista, que de costume ajudava alunos da região que não tinha condições de estudar fora da cidade.

Depois de formado, Clevelande iniciou a carreira no escritório do Professor Romy, junto com dois colegas, Aurecino Soares Silva e Ester de Andrade, que o ajudaram muito em seus primeiros passos como contador. “Eles que me deram a maior ajuda e incentivo para enfrentar o início de carreira, os quais eu sou eternamente grato”, conta com satisfação.

Mas em sua trajetória como contador, Clevelande também passou por algumas dificuldades. Com apenas 24 anos, enfrentou desconfiança de algumas pessoas, por ser considerado muito jovem para exercer a profissão. Porém com o passar do tempo todos viram a sua capacidade profissional, quando o ex-patrão do escritório se mudou para outro estado, deixando com ele as chaves do estabelecimento e a responsabilidade de dar continuidade à “luta do escritório”, como o contador se refere.

Alguns anos mais tarde, o contador cursou direito para abrir um leque de opções para exercer outras atividades, além dele considerar a advocacia uma ajuda no exercício da profissão de contador.

E hoje com 50 anos de carreira e várias histórias, Clevelande vê o mercado como um verdadeiro quebra cabeça para os profissionais contábeis, pois o governo já não sabe mas exigir desses profissionais, além de não remunerá-los como devem ser.

Clevelande deixa um conselho para os futuros profissionais da área. “Exerçam sua atividade com total e absoluta honestidade e sigam rigorosamente o Código de Ética Profissional. Sinto-me imensamente feliz e honrado por não ter nenhuma reclamação contra a mim durante os meus 50 anos de atividades junto a quaisquer órgãos”, declara com alegria.

Clevelande de Souza e Delegado Regional, Mario Emanoel Coelho (da esquerda para direita)

Para comemorar os 50 anos de carreira do contador, Clevelande recebeu a visita do delegado regional, Mário Emanoel Coelho, que o parabenizou e confraternizaram juntos esse momento especial.

 

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