Histórias dos profissionais da Contabilidade – Balanço Socioambiental 2014

Em 2014 o CRCES lançou o concurso cultural “vencer com a Contabilidade”, para receber histórias de profissionais que venceram em suas vidas com a profissão escolhida: a Contabilidade. As histórias fariam parte da publicação de uma peça de comunicação  produzida pelo CRCES, o Balanço Socioambiental 2014.

Conheça abaixo as histórias de profissionais que recebemos através do concurso. Inspire-se a escrever a sua também!

JOÃO VALDIR STELZER

“Tudo começou em 1964, quando meu irmão mais velho conseguiu para mim um trabalho de office boy. Estava orgulhoso em trabalhar no melhor escritório de Colatina, e sendo meu primeiro emprego fiquei encantado com aquele ambiente, então desconhecido.

Minha primeira tarefa foi copiar faturas em uma prensa no livro copiador de faturas, fato de que me orgulho até hoje e conto para meus colegas de trabalho. De office boy passei a fazer a parte fiscal em uma panificadora, para onde fui transferido. Em seguida, graças ao meu sistema de apuração de custos, fui convidado para trabalhar como auxiliar de contabilidade no centro de Vitória.

Formei-me Técnico em Contabilidade em 1969 e, em dezembro do mesmo ano, a convite, mudei-me para Vitória, para trabalhar em uma fábrica de esquadrias. A fábrica iniciou bem suas atividades, mas no ano seguinte entrou em crise financeira.

Em novembro de 1971 já estava fazendo cursinho para prestar vestibular para ciências contábeis, mas em uma noite chuvosa, enquanto voltava para casa, sofri um grave acidente de carro, o que me rendeu cinco meses de hospital, onde fiquei com metade do corpo engessado.

Tive que ser transferido para o Rio de janeiro e lá fiquei por três meses me recuperando. Por incrível que pareça, esse acidente mudou minha vida para melhor. No dia 10 de março de 1972 voltei para Vitória totalmente recuperado e agradecido a Deus por ter me dado mais uma chance na vida e muita vontade de trabalhar.

Comprei o escritório do meu antigo chefe e a partir daí problema para mim era solução, trabalhava dia e noite, não tinha sábado, nem domingo e nem feriado, tudo para mim era satisfação, porque o maior problema eu já havia vencido e tinha a vida plena para realizar meus sonhos.

No início meu escritório tinha apenas cinco firmas e dois funcionários, depois fiquei com apenas três clientes, sendo que um deles está comigo até hoje. Mas, com muito trabalho, honestidade e ética profissional o escritório começou a crescer.

Procurando sempre aprender mais, estudando muito, participando de todas as convenções, congressos, palestras e seminários oferecidos pelo CFC, CRCES e Associações do estado tenho levado adiante com muita dedicação e humildade essa difícil, mas prazerosa profissão.

Posso dizer, com certeza, que tudo que consegui realizar em minha vida, tanto pessoal, familiar e financeiramente devo à profissão de contador. Com muita honra atuei como Conselheiro do CRCES por duas gestões, como conselheiro suplente do CFC por uma gestão, recebi o Titulo de Contabilista Emérito ELMO LOPES DA CUNHA e a Comenda ITAMAR SILVA.

Para concluir, afirmo que, com a mesma alegria e disposição que adentrei no escritório de contabilidade aos 14 anos, faço todos os dias até hoje, aos 64 anos de idade. E deixo um recado para que os jovens aproveitem a oportunidade que a contabilidade oferece atualmente, pois os recursos à disposição da classe contábil são bem maiores do que em 1964, quando iniciei essa gloriosa profissão.”

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LUCIMAR ANTÔNIO CARDOZO

“Uma história simples, porém, gratificante pela sequência e evolução no aprendizado, qualificação e oportunidades únicas que nunca foram dispensadas, assim como a minha satisfação e felicidade de ter entrado nesse mundo maravilhoso da contabilidade.

Comecei a minha vida profissional muito cedo, lá pelo ano de 1976 onde, num período de pelo menos três anos, eu vendia picolés na Praia da Costa. Nesse ano, após uma visita da esposa do meu futuro patrão aos meus trabalhos do dia (lustrador de móveis) em Vila Velha – ES, tive a minha oportunidade que, colocaria como a que deu o primeiro ponta pé na minha carreira profissional na área de contabilidade.

Nessa ocasião, fui convidado para trabalhar na Ceguasa – Cerâmica Guarapari S.A., empresa industrial de cerâmica onde o escritório funcionava em Vila Velha – ES e tínhamos na época, nesse escritório, apenas o diretor, o contador, uma secretária e eu, que fazia tudo ou de tudo, desde a limpeza do escritório, café e as tarefas externas como pagamentos e outras atividades de um bom Office Boy da época.

Logo essa empresa foi vendida para outra, a Indústria e Comércio Quimetal Ltda., empresa de importação e exportação, cujo escritório funcionava no centro de Vitória e eu fui no pacote. Nessa empresa, já com o meu curso de datilografia concluído, estudando o curso de Técnico em Contabilidade e mostrando as minhas habilidades em auxiliar também o pessoal do Departamento de Contabilidade e Fiscal, fui promovido a auxiliar de escritório, auxiliar de contabilidade e, com um esforço grande e desenvolvendo os meus conhecimentos, tive a oportunidade de ser Subgerente nessa empresa e depois Gerente de Contabilidade na empresa seguinte (após 8 anos de Ceguasa e Quimetal). Agora, Gerente de Contabilidade na Companhia Importadora e Exportadora Coimex, continuei os meus estudos, concluindo o curso superior de Ciências Contábeis.

Daí em diante, as oportunidades se fizeram necessárias e oportunas e cheguei, após uma rápida passagem pelo Grupo Luz, à Fertilizantes Heringer, onde exerci a função de Gerente de Contabilidade por quase 10 anos.

Em 1999 (01/07/1999), constitui a Supremo Escritório de Contabilidade Ltda (www.contabilsupremo.com.br), onde nessa época, já com a intenção do empreendedorismo na área, veio a oportunidade, devido ao meu Departamento de Contabilidade da Heringer ser transferido para São Paulo, de fazer um acordo para eu me desligar da empresa e efetivamente iniciar os meus projetos na Supremo Contabilidade, empresa que consolidou os seus 15 aninhos no dia 01/07/2014, com endereço em Vila Velha/ES.

Nesse intervalo, nunca deixamos de ter contato com a Heringer e, em 2008 fui convidado para o Conselho Fiscal dessa Companhia ficando no cargo de Presidente do Conselho Fiscal por dois mandatos consecutivos até o convite da Companhia para que eu atuasse na Controladoria.

Hoje sou Diretor de Controladoria dessa Companhia e, desde 2010, trabalho na coorporativa em Paulínia/SP e mantendo algumas atividades de Sócio Administrador na Supremo Contabilidade, que segue com uma equipe e sócios competentes.
Sinto-me à vontade e com muita honra para afirmar que a contabilidade abriu as portas para o conhecimento e oportunidades e para o meu crescimento profissional e pessoal, e o que tenho hoje foram adquiridos com o suor justo exercendo as atividades pertinentes.

Não posso deixar de dizer que os estudos devem ser contínuos e, além dos cursos de Técnico em Contabilidade e Ciências Contábeis, nunca deixei de entender que precisava ampliar os meus conhecimentos e, além de diversos cursos e especializações que devemos ter para a manutenção dos nossos conhecimentos, fiz alguns específicos e avançados nas áreas de controladoria e governança corporativa, inclusive no exterior como a Jornada Técnica em Londres e Paris (2010) pelo IBGC – Instituto Brasileiro de Governança Corporativa.  Tive também a oportunidade de me dar um grande presente em dezembro/2013: a conclusão de minha especialização em Management and Leadership pelo MIT Sloan School of Management (Cambridge, Massachusetts – USA).

Aqui, com os meus 53 anos concluídos em 06/2014, sigo como Diretor de Controladoria e Sócio do Supremo, com alegria e satisfação por ter tido o privilégio de ter sido iniciado e continuado nessa área importante e tão gratificante que é a contabilidade.”

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LUZIMAR PAGOTTO

Luzimar Pagotto nasceu em Afonso Cláudio/ES e, em 1977, mudou-se para Vitória para cursar o Ensino Médio e tentar o tão sonhado vestibular em medicina. No ano de conclusão do segundo grau,  ela fez o seu primeiro vestibular e neste momento optou por tentar também economia.

Fez vestibular por três vezes, mas não conseguiu ser aprovada em medicina, no entanto, passou em economia e ciências contábeis. Como preferiu seguir com o curso de contábeis, começou a trabalhar num escritório de contabilidade e assumiu as despesas de seus estudos, já que havia passado em uma faculdade particular.

O curso, naquela época, tinha duração de cinco anos, mas Luzimar só chegou a conclusão de que ela realmente queria ser Contadora, após uma palestra sobre “Introdução ao Estudo do Direito”, proferida por Fernando Egídio.

Em 1986, Luzimar se formou, ingressou em sua primeira pós-graduação, o curso escolhido foi Auditoria, e abriu um escritório em sociedade com seu irmão, também recém-formado.

Em 1996 começa a trabalhar em prol da classe ao aceitar o convite para fazer parte dos conselheiros suplentes do CRCES, pouco depois passa a ocupar a cadeira de conselheira efetiva.

Durante os anos de 1998 e 1999, atuou como presidente da Associação dos Contabilistas de Vila Velha (ASCOVV) e, após desenvolver várias ações de aprimoramento profissional para a categoria, recebeu um novo convite: se tornar uma das diretoras do Sindicado das Empresas de Serviços Contábeis (SESCON-ES).

Mas, em 1999, Luzimar descobre uma lesão cancerígena na laringe, exatamente no mesmo período em que se preparava para ingressar em um mestrado. Após três dias de choro, ela decide continuar com os seus planos e concilia o tratamento com o processo seletivo para o mestrado.

Durante os três anos de duração do mestrado ela teve cinco trabalhos aprovados para apresentação oral em eventos no Brasil, três em Porto – Portugal e um em Madri – Espanha.

Após seis meses de tratamento, foi constatado que a doença havia sido combatida, porém o check-up médico teria que ser realizado regularmente durante os próximos três anos. Sedenta por mais conhecimento, ingressa no curso de Direito e no ano de 2009 começa a sentir dores no seio esquerdo. Em 2012, após exames médicos, um nódulo foi encontrado e foi diagnosticado como benigno. Mas, em novembro de 2012, por meio de uma biopsia, a tão temida confirmação foi feita, o câncer foi descoberto.

Em janeiro de 2013 iniciou a sua quimioterapia, mas após seis meses, mesmo após a quimioterapia, a recomendação médica foi a retirada da mama, para evitar uma futura reincidência do câncer. Atualmente ela faz radioterapia para queimar possíveis células cancerígenas que ainda possam estar presentes em seu organismo.

Durante a sua quimioterapia Luzimar nunca se afastou de seus compromissos com o CRCES, participando de ações realizadas pela Comissão Estadual da Mulher Profissional da Contabilidade.

“Gostaria de fazer um apelo, dizendo que todos, a partir dos 30 anos, comecem a fazer revisões médicas pelo menos anuais, pois a quimioterapia corta mais que uma espada, ainda estou em recuperação, mas certa de que novamente obterei sucesso”.

“Quero terminar a radioterapia, fazer a reconstituição da mama, comemorar os 26 anos do meu escritório e ter condições de voltar a atuar 100% na minha gratificante, amada e árdua profissão”, completou Luzimar.

(Por Loriana Simplício – Jornalista)

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NEUZA SCHAEFFER DIAS

“Conclui o meu 2º grau em 1986 e, como não tinha outras opções de curso, fiz contabilidade. Iniciei o curso detestando, pois só havia essa opção, e terminei o curso detestando.

Depois que me formei, trabalhei em várias áreas, inclusive contabilidade, e quando fui solicitar o meu registro veio mais um problema: faltavam matérias técnicas para o diploma e voltei à sala de aula após dez anos.

Nesta época, com meu filho ainda pequeno, às vezes o levava para a aula à noite, pois não tinha com quem deixá-lo. Foi duro, mas persisti e consegui o diploma e registro como Técnica em Contabilidade.

Comecei a trabalhar por conta própria em minha casa e fiquei um ano com apenas um cliente. Na época ia para a Junta Comercial e solicitava modelos de contrato para utilizar. Meu computador era usado, sem internet, também utilizava uma máquina de datilografia Remington, que ainda guardo.

Bem, os anos passaram e vieram mais clientes, já que sempre procurei prestar um bom serviço. Fiz assinatura fiscal, o que ajudou. Comprei um computador novo, móveis, mas ainda estou em meu pequeno, mas meu escritório.

Meu filho cresceu e me ajuda aqui. Assinei sua carteira como menor aprendiz (seu primeiro vínculo empregatício). Meu pai já era falecido e mantive o escritório em minha casa para ficar próxima da minha mãe.

Querendo aprimorar meus estudos e exercer a área pericial entrei na Faculdade em 2007. Ótima fase! Trabalhava de dia e à noite estudava. Às vezes boiava nas aulas de Matemática Financeira. Que materiazinha!

No mesmo ano, a descoberta de um câncer em minha mãe foi uma bomba em nossa família. Quantas vezes passei o dia com ela em quimioterapia e meu filho ficava no escritório. Ao chegarmos,
às vezes de ônibus ou táxi, pois não tínhamos carro, minha mãe estando bem, meu filho ficava com ela e eu ia estudar.

Em março de 2008 ela faleceu. Meu mundo desabou e tranquei a faculdade. Após um ano e meio voltei aos estudos e segui em frente. Matérias de cálculos (por que isso existe?) aprendi a gostar.

Mantive-me firme e em 2013 formei-me. A Colação de grau aconteceu no dia 18 de julho (dia do aniversário de minha mãe). Dolorido por não ter meus pais lá, mas tive a vitória e prestigio de parentes e amigos. Graças a Deus concluí o curso desejado de Ciências Contábeis!

Prova do CFC puxada e em 2014 obtive a aprovação. Estou na pós-graduação e almejo o ramo Pericial. Concluindo a pós, parar os estudos? Jamais! Pretendo cursar Psicologia e Direito.

Meu filho detesta contabilidade e decidiu fazer Educação Física. Ainda faltam recursos, mas sempre fui idônea com meus clientes. Creio que o amor é opção e eu optei amar a contabilidade. Agradeço a Deus pelos pais heróis que tive, que me ensinaram que o estudo é o mais importante.”

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HÉLIO CARNEIRO

“Comecei a trabalhar como Técnico em Contabilidade, tendo concluído meu curso na Academia de Comércio de Vitória. Tempos depois fui admitido na Prefeitura Municipal de Vitória, no cargo de Técnico em Contabilidade, mas regime da CLT.

Querendo estabilidade, fiz concurso público na mesma Prefeitura, dessa vez para o cargo de administrador e passei, assim comecei a trabalhar na prefeitura e no escritório de contabilidade, que pertencia a nossa família.

Em seguida, como queria crescer mais, fiz o curso de Ciências Contábeis, para mudar de categoria profissional. O cargo de administrador que exercia na prefeitura transformou-se em Analista de Gestão Pública.

Depois de 35 anos de trabalho fui aposentado no cargo de Analista de Gestão Pública (cargo de nível superior), mas até hoje não consegui divorciar-me da Contabilidade.

Sou especialista em Educação (pós-graduado em Educação), leciono contabilidade em duas Faculdades Particulares (FAESA e UVV), trabalho como Contador e sou sócio da Hiper Contábil, atuando como diretor técnico. Vale destacar que também atuo como Consultor do Portal da Classe Contábil.

Até 1992 escrevi diversos artigos para o jornal A Tribuna, com o tema: Contabilidade ao Alcance de Todos. Tenho cinco filhos, sendo uma empresária no comércio de farmácia; outra doutora em Educação e professora; outro Contador, já formado e exercendo a profissão; uma Médica e o mais novo, com 22 anos, e uma neta cursando Ciências Contábeis.

Diante de tudo isso, sinto-me realizado na contabilidade. Não fiquei rico, apesar de ter recebido várias propostas, que não aceitei por serem imorais. Hoje, com 73 anos de idade, possuo apenas um veículo UNO 2008 e uma casa em Jucutuquara. Mas, o grande investimento que fiz foi na educação dos meus filhos, que me enchem de orgulho e são parte importante da minha história.”

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SALETE PEREIRA SANTOS

“Nasci em Pedro Canário, no interior do Espírito Santo, e lá vivi meus primeiros 12 anos, mas com pouca oferta de trabalho meus pais decidiram arriscar e nos mudamos para Cariacica, região da Grande Vitória.

Com essa idade comecei a lecionar em casa, eu estudava a 7ª série e dava aula de reforço para crianças de 1ª a 4ª serie. Um detalhe: ganhava R$ 20,00 por mês, mas com essa renda mensal paguei meu curso de informática.

Aos 15 anos cursava o 1º ano do ensino médio e consegui um estágio, onde fiquei quase dois anos até receber outra proposta de emprego, onde permaneci por quase 2 anos também.

Após 4 anos no mercado de trabalho, e por acreditar que o que estava fazendo não me daria o futuro com que sonhava, resolvi fazer um curso de Gestão Empresarial, onde conheci a Contabilidade e me apaixonei.

Na época, não tinha condições financeiras para pagar uma faculdade de Ciências Contábeis e todo o ano fazia o ENEM, a fim de conseguir uma bolsa de estudos. Perseverei nos estudos e em 2008 esse sonho se realizou: fui aprovada em um programa do governo com bolsa integral, para cursar Contabilidade em uma faculdade da Serra.

Quando iniciei a graduação, trabalhava como Motogirl para pagar as despesas, até conseguir uma oportunidade na área da Contabilidade, e já no início do 2º período, ainda em 2008, através da indicação de uma colega de sala, consegui estágio em um escritório de contabilidade, em Vitória.

Eu morava em Cariacica, trabalhava em Vitória e estudava na Serra, rotina cansativa, mas foi um período gratificante de minha vida, pois adquiri muito conhecimento. Nesse escritório conclui meu estágio e fui efetivada.

Em 2010, através da indicação de outra colega de sala, recebi uma proposta para trabalhar na contabilidade interna de um grupo de empresas na Serra. Aceitei a proposta e já estou lá há quatro anos.

Em 2012, conclui a faculdade, e fui aprovada no Exame de Suficiência. No dia 25 de Junho de 2014 recebi meu CRC, durante Sessão Solene realizada na sede do Regional.

Hoje, com 26 anos, já conquistei minha casa própria, meu carro e outros objetivos. Sei que ainda faltam desafios, pretendo cursar Pós- graduação e futuramente Mestrado, a fim de lecionar em sala de aula e continuar evoluindo profissionalmente. Tendo em vista o passado que tive e os desafios que enfrentei, considero-me uma pessoa vencedora. Jamais conseguiria isso sem a Contabilidade. Essa profissão foi e ainda é essencial para o meu sucesso. Uma carreira promissora, e que a cada tarefa realizada, temos a sensação de dever cumprido”.

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CARLOS BARCELLOS DAMASCENO

“Após  39 anos de trabalho e 16 dedicados a causa da profissão, ouso escrever essas linhas, fruto da reflexão sobre esta jornada que começa em junho de 1976, quando contrariando a orientação de meu Pai, que só queria que eu estudasse, consegui meu primeiro emprego de office-boy em uma empresa transportadora, cuja função seria ajudar o setor de expedição naquilo que fosse necessário. Com poucos meses de trabalho e ainda aprendendo as diversas tarefas, dediquei-me a ajudar o colega Cicero (auxiliar de escritório) após o expediente, a preparar o “mapa de apuração do ISTR” , imposto sobre transporte rodoviário recém-criado pelo Governo e, neste momento, sem perceber, um pouco da contabilidade adentrou em minha vida, uma vez que passei a trabalhar com números, cálculos, calculadoras, datilografia, entre outros o que me rendeu a promoção para outro cargo, com um salário pouco melhor, e, a partir daí,  galgando novas funções e crescimento nesta empresa até 1981 quando, após aprovação em concurso, fui trabalhar no BNH e ajudar na implantação  da Agência em Rio Branco – Acre.

Minha experiência nos trabalhos administrativos fez com que assumisse a chefia deste Setor após um ano e me qualificou a participar do concurso interno para assumir a Chefia da Divisão de Administração, a qual englobava os setores de administração, RH, cadastro e contabilidade. Dominava as rotinas dos setores, mas sentia-me desconfortável em ter que confiar plenamente no trabalho realizado pelo técnico em contabilidade, face não deter o conhecimento das ciências contábeis e que o trabalho árduo aliado a carência da Universidade Federal, única no Estado, não me permitiram obter este conhecimento mais profundo, além  daquele que me era fornecido pelo colega.

Em 1984 consigo transferência à Agência do BNH em Vitória, sem o cargo que detinha, mas esperançoso de dar início aos projetos de vida e, neste sentido, adquiro meu primeiro imóvel em Vila Velha, nasce minha primeira filha e, finalmente, entro para a Faculdade de Ciências Contábeis de Vila Velha no ano de 1986, cuja opção de curso foi meramente por falta de outro em horário noturno além de Direito e Administração, uma vez que a atual função não requeria mais este conhecimento. Neste mesmo ano o BNH é incorporado pela CEF e adquirimos o direito de trabalhar com expediente de 6 horas diárias, o que me facilitou a buscar estágio em algum escritório contábil a fim de acelerar meu aprendizado, face a percepção de que os conceitos apresentados em sala de aula requeria prática para melhor assimilação.

Assim, consegui uma vaga no escritório Nacif Contabilidade para estagiar no horário de 7h às 11h,   onde aprendi praticamente tudo a respeito dos serviços fisco-contábil com o colega Joedes, além da transmissão da experiência que recebi do próprio Nacif, tanto que em 1990, após diplomado e pensando abrir meu escritório em Vila Velha, fui convidado por ele a assumir a gerência do escritório. Antes disso, já tinha entregue o cargo de avaliador de penhor que detinha na CEF, para trabalhar no horário de 18h às 23h44 no setor de processamento de dados, o que permitia, já não mais como estagiário, a dedicar-me mais à contabilidade e, por esta razão, foi mais fácil aceitar o convite prontamente e abandonar o projeto do escritório próprio.

Em 1993 a filha do Nacif se forma em Ciências Contábeis e passo a treiná-la, juntamente com seu pai, para assumir a gerência do escritório, uma vez que havia em mim uma vontade enorme de ter algo só meu e, ao final daquele ano, após me desligar, fundo com a colega Olírica a empresa Barcellos e Zardo Consultoria e Auditoria Contábil Ltda, a fim de dedicar-me a estas áreas, uma vez que tinha concluído minha pós-graduação em auditoria.

Em 1994 sou aprovado em concurso interno para Auditor da CEF mas, apesar de ter exercido a função em Brasília por 6 meses, resolvo entregar o cargo para me dedicar mais à empresa, que já apresentava um certo crescimento na área de assessoria contábil e cuja decisão, por não conseguir mais o horário anterior, levou-me a adquirir nova experiência, ao trabalhar no setor de loterias com a contabilização atrasada da movimentação dos diversos produtos e prêmios, mas no horário de 6h às 12h, fato que  atrapalhou um pouco os planos e me fez, em 1995, requerer licença sem vencimentos, sempre com a perspectiva de satisfação profissional e crescimento da empresa, o que veio a se confirmar e fazer com que, em 1996, optasse pelo programa de demissão voluntária, desligando-me definitivamente da CEF. Investi praticamente todos os meus recursos financeiros na modernização da empresa, o que a fez crescer mais ainda e, principalmente, a partir da minha presença em tempo integral.

Para completar a satisfação profissional em 1998 entro para o CRCES como Conselheiro Suplente e nas eleições seguintes como Conselheiro Efetivo, Vice-Presidente de Fiscalização, Vice-Presidente de Administração, até chegar nos dias atuais na Presidência do Órgão, o que faz encher-me de orgulho e acreditar que a Ciência Contábil estava predestinada a entrar na minha vida a fim que eu pudesse vencer com ela, já que na adolescência sonhava em ser Engenheiro Químico, a partir do curso técnico de análise química que fiz no ensino médio.”

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CARLA CRISTINA TASSO

“Iniciei minha carreira de Sucesso na Contabilidade aos 13 anos, quando frequentava o escritório do meu pai. Sempre fui uma adolescente curiosa e comunicativa. Por isso, adorava ir para lá e ajudar a equipe no que fosse preciso. Desde essa época vejo que nunca tive medo de trabalhar, estou sempre a postos quando o assunto é responsabilidade.

Para mim, a Contabilidade vai muito além dos números. É a Ciência que une pessoas para junto com conhecimentos e inteligência emocional auxiliar todas as áreas que levam ao crescimento do País e a valorização justa da sociedade.

No escritório do meu pai, cresci muito e com humildade passei por todos os setores: até chegar a gerência e a ser sócia. Mas, chegou um momento que os nossos objetivos eram diferentes. Então, resolvemos separar e ficou um grande aprendizado, sendo o mais importante: sempre ser justa, transparente e honesta.

Quando comecei a trabalhar na área contábil vi um futuro promissor. Tanto que o meu escritório foi o primeiro do Estado a ganhar a ISO 9000, e, também, primeiro lugar na Pesquisa de Opinião Pública Recall de Vitória, em 2005/06. E, já em 2012, ganhei o título de Honra ao Mérito, da PMV, no Dia do Contabilista.

Na época da faculdade sempre fui uma aluna atuante, participava de Empresa Júnior, de Grêmios Estudantis, além de sempre buscar por novos conhecimentos. Com isso, tive a grata oportunidade de poder repassar meu aprendizado aos futuros contadores. Ganhei o incentivo dos meus professores e iniciei com cursos empresariais em Colatina, depois no SESI, SENAI, SENAC, FAVI, FAESA e PIO XII.

A sala de aula nos ensina muito. Atualmente, ministro aulas na FIA e FIPECAFI. Tenho muito orgulho de todos os degraus que já subi e, principalmente, de caminhar de forma tranquila, sempre junto com outros profissionais, valorizando parcerias e a classe.

Hoje tenho especialização em Auditoria e Planejamento Tributário, atuo na área de consultoria, gestão financeira e tributária, com foco em construção civil e serviços. E a Tasso & Scalzer também atua em programa de remuneração variável e planejamento societário. E para o futuro, quero fazer um intercambio com destaque para a Contabilidade Internacional.

Os profissionais precisam dar importância à atualização, pois o mercado contábil cada vez é mais valorizado e temos novas responsabilidades, como as exigências fiscais e de ordem societária. Portanto, estudar tem que ser regra, todo avanço requer uma mudança de postura, cultura e processo de trabalho.”

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THEREZA LUZIA NADER

“Comecei a trabalhar como Auxiliar de Escritório aos 15 anos de idade; trabalhava o dia todo e estudava à noite, terminei o curso de Técnico em Contabilidade em 1968 e casei em abril de 1969. Em Agosto de 1970 ganhei neném e num acordo com meu patrão na época, ele me passou para trabalhar meio expediente num Laboratório (cliente do escritório) em troca de eu não receber nada, ou seja, nenhuma indenização ou qualquer direito, pois trabalhei 07 (sete) anos sem carteira assinada.

Quando o meu filho estava com 02 anos (1972), fui convidada para trabalhar em um Escritório de Contabilidade de propriedade de dois sócios, como meu filho já estava grandinho, pude voltar a trabalhar o dia todo. Fiquei como funcionária deste escritório durante uns dois anos, nesta ocasião fui convidada para trabalhar no Setor Contábil de uma Empresa de grande porte; mudei para esta outra empresa e quando tinha apenas 02 (dois) meses que eu estava nesta Empresa, um dos sócios do Escritório em que eu estava anteriormente, sofreu um acidente de carro e ficou impossibilitado de trabalhar, aí então o outro sócio ficou desesperado com a situação e me convidou para voltar e a condição que ele encontrou para eu voltar foi me convidando para entrar como sócia na Sociedade, entrando apenas com o meu trabalho e participando com 50% do Capital Social.

Fiquei nesta Sociedade por 08 (oito) anos e trabalhava muito, tanto que não dava conta que estava sendo passada para trás como sócia, e aos poucos fui descobrindo muitas irregularidades com a parte financeira do escritório, pois o sócio não me prestava contas de nada já que ele assumia o setor financeiro e me tratava como funcionária, não respeitando a minha posição de sócia. Fiquei até sabendo que tinha funcionário que ganhava mais do que eu, etc.

Não aguentando mais esta situação e injustiça resolvi sair da Sociedade; precisei entrar na Justiça para receber meus direitos, o pouco que recebi deu para comprar apenas uma Máquina de Escrever Elétrica (que por sinal era um sucesso na época), com esta Máquina fui trabalhar para uma Empresa Imobiliária, cujo proprietário desta Empresa era um Cônsul de Portugal, que me cedeu uma pequena sala anexa à empresa dele, da qual, eu poderia montar um Escritório de Contabilidade para mim, fazendo Contabilidade da Imobiliária por conta das despesas do aluguel e energia elétrica e com a liberdade de formar uma clientela. Depois de certo período a clientela foi aumentando e precisei alugar uma sala maior e ficar mais independente.

Em 1980 ganhei outro neném, sendo agora uma menina. Nunca parei de trabalhar, nem férias eu tirava, em 1986 me separei, ficando sozinha cuidando de um adolescente de 16 anos e uma menina de 06 anos, cada vez trabalhando mais e crescendo mais também, troquei de endereço algumas vezes, até mesmo por procurar aluguéis de menores valores. Sofri um arrombamento no Escritório que na época era em Jucutuquara, Vitória, ES, e os ladrões fugiram levando alguns maquinários e objetos, deixando um grande prejuízo, mas isto me deu coragem para mudar para um prédio de melhor porte e segurança, com condições melhores de trabalho, alugando duas salas em um bom prédio num bairro nobre da cidade. Porém, meu objetivo era de um dia adquirir um imóvel para ter a nossa própria sede.

Graças a Deus em Outubro de 2003 adquiri um conjunto de 02 salas no mesmo bairro e hoje tenho um Escritório de Contabilidade bem instalado, conceituado e respeitado. O meu filho é Contador e meu sócio; minha filha é Advogada e trabalha também comigo, minha Nora também trabalha conosco, ou seja, somos uma empresa familiar, porque os demais funcionários são como filhos para mim.

Em toda a minha trajetória profissional agi sempre com honestidade e pontualidade com minhas obrigações e deveres, contribui para o CRCES, sendo Conselheira Efetiva em 1990/1994; 2006/2009 e 2012/2015; fui Diretora do SESCON – Sindicato das Empresas de Contabilidade do ES, por 03 Mandatos; fui Diretora da ASCAM – Associação dos Mutuários do E. Santo, atuando no Conselho Fiscal por mais de 18 anos; participo sempre que possível dos eventos da Classe, enfim tudo que temos e somos agradeço a minha profissão. AMO MINHA PROFISSÃO!”

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