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A contabilidade tem passado por uma série de modernizações nos últimos anos, principalmente em razão da convergência aos padrões contábeis internacionais (IFRS, na sigla em inglês que abrevia International Financial Reporting Standards) e da instituição do Exame de Suficiência. E é natural que as mudanças provoquem alterações tanto nos princípios da contabilidade quanto no formato da prestação de contas das empresas.
Para o presidente nacional do Ibracon, o Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (www.ibracon.com.br), Eduardo Pocetti, esse processo de atualização das rotinas de trabalho é altamente positivo. Isso fortalece a profissão – que reúne cerca de 500 mil profissionais da contabilidade em todo o Brasil – e faz com que ela tenha um papel cada vez mais estratégico dentro das empresas, alcançando a função de consultoria em informações gerenciais.
“A contabilidade já conquistou um importante espaço no cenário econômico brasileiro e tem se consolidado cada vez mais. Estamos construindo há pouco mais de meio século uma bela estrutura para fortalecer essa profissão, que é uma das cinco mais demandadas no mercado de trabalho, e seus profissionais, que são essenciais a qualquer negócio”, destaca Pocetti.
E para garantir que os profissionais estejam adequados a essa nova realidade, ainda não totalmente consolidada em todas as empresas, foi criado o Exame de Suficiência do Conselho Federal de Contabilidade, o CFC. De acordo com a Resolução CFC nº 1.373/2011, que regulamenta a prova, um bacharel em Ciências Contábeis ou um técnico em Contabilidade não consegue mais se registrar como Profissional Contábil nos Conselhos Regionais de Contabilidade (CRCs) e, consequentemente, obter permissão para exercer a função, sem passar pelo teste.
No Brasil, somente os cursos de Direito e Contabilidade se utilizam desse recurso para medir o conhecimento e nivelar o mercado. A avaliação demanda uma melhor preparação de quem almeja iniciar sua carreira na área Contábil e também a busca por um ensino de excelência pelos cursos de graduação. Há oportunidades semestrais para fazer o exame, que é organizado pela Fundação Brasileira de Contabilidade (FBC) e está em seu terceiro ano consecutivo. Na sexta edição dele, realizado no dia 29 de setembro, quase 45 mil pessoas (36.834 bacharéis e 7.748 técnicos) tiveram que comprovar os conhecimentos que serão exigidos na prática diária da profissão.
A aprovação exige acerto mínimo de 50% das questões, que demandam cálculos e conhecimentos teóricos da matéria. O percentual geral entre os bacharéis em Ciências Contábeis foi de 43,14%, o equivalente à aprovação de 15.891 candidatos. Já entre os Técnicos em Contabilidade, o índice foi de 17,95%, com 1.391 aprovados.
“Com o Exame de Suficiência do CFC, damos mais um salto em direção à qualificação da área da Contabilidade, já que o registro comprova que o contador está realmente apto ao exercício na área. A avaliação é boa tanto para os profissionais, que demonstram seus conhecimentos, quanto para os empregadores, que poderão contar com especialistas certificadamente conhecedores dos princípios da atividade. Sem contar as vantagens para a categoria, que se fortalece pela valorização de seus integrantes”, exalta o presidente nacional do Ibracon.
Como essa prova é um importante elemento de comprovação do conhecimento técnico dos responsáveis pelos trabalhos de contabilidade e de auditoria independente, ao longo dos anos devem diminuir as eventuais falhas. “Não temos o poder de impedir que o profissional que não passou no Exame trabalhe em empresas de variadas áreas. Porém, sem ter o registro, ele não pode ser responsável pelos trabalhos que envolvam a produção de peças e demonstrativos contábeis”, finaliza Eduardo Pocetti.
Por: Ana Carolina Esmeraldo e Marco Berringer