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Cultura organizacional é entendida como o conjunto de valores e crenças que define uma organização, orienta o comportamento das pessoas, é expressa em símbolos e se desdobra em seus sistemas. Cultura é o que determina as ações e decisões de uma empresa. E como nasce uma cultura? Ela surge com o próprio fundador, a partir de seus valores e o que o levou a criar determinado negócio.
Por isso, não há como uma empresa não ter uma cultura desde o começo. Na verdade poderíamos até dizer que toda empresa nasce de uma cultura, já que nasce a partir dos valores de alguém.
Ao longo do tempo, com a evolução do negócio, das ideias e estratégias do fundador, outras pessoas vão se incorporando à empresa, processos vão sendo implementados para garantir a execução da estratégia e a continuidade do negócio. Por isso, é importante ter formas da empresa garantir os valores que formam a cultura.
Vale ressaltar que como a cultura é fundamentada em um conjunto de valores, sua evolução tem se mostrado sempre complexa e, muitas vezes, mais lenta do que evoluções estratégicas possam demandar.
Toda empresa deve ter uma cultura organizacional forte? Por que é isso que se ouve: “a empresa X tem uma cultura forte” ou “tal cultura está impregnada na empresa”.
Então vamos lá: o que é uma cultura forte? Quando mencionamos isso em relação a uma empresa significa que tudo nela parece funcionar de acordo com um mesmo conjunto de valores. As pessoas se comportam de forma muito parecida, as decisões são tomadas por um viés semelhante, os símbolos que essa empresa emite são a “cara” da cultura e os processos expressam os valores.
Análises sobre desempenho organizacional têm demonstrado que um dos fatores determinantes de desempenho é a capacidade de alinhamento interno de uma organização, que garante que todos estão caminhando na mesma direção. Por isso, garantir que essas pessoas compartilhem os mesmos valores tem sido preocupação e foco de atenção crescente de gestores.
Aí então cabe uma resposta: toda organização precisa ter uma cultura forte? Sim, se o foco é garantir agilidade e assertividade nas respostas que atendam à estratégia da organização.
Só que essa resposta vem acompanhada de outra pergunta: se por um lado é importante ter uma cultura forte, como fazer com a demanda por mudanças, cada vez mais frequentes? Está aqui um grande paradoxo: mudanças na cultura são lentas, pois demandam que as pessoas se comportem de novas formas, o que pode não estar alinhado ao que as fez aderir inicialmente àquela organização.
Por isso, a gestão da cultura exige proatividade da organização e a capacidade de ajustar processos, rever símbolos e orientar novos comportamentos. E eventualmente renovar seus quadros, oxigenar e trazer novos modelos. E novamente entrar nesse ciclo.
Leni Hidalgo é professora de liderança dos cursos de Educação Executiva do Insper.
Fonte: Exame.com / Portal Contábeis